Jornais da Europa anunciam vitória de Trump e preveem desdobramentos
O mundo despertou nesta 4ª feira, 09.11, com a notícia de que Donald Trump será o novo presidente dos EUA.
Na Europa, os meios de comunicação, além de atualizar, minuto a minuto, a contagem dos votos, já começam a fazer previsões dos desdobramentos desta vitória.
Portugal
Em Portugal, o periódico Expresso anunciou a vitória de Trump e seu discurso conciliador, prometendo uma América unida.
“Aquilo que poucas sondagens e especialistas previam acabou mesmo por acontecer”,
diz a principal matéria no site do jornal. O veículo ressalta ainda o fato de Trump ter se referido a Hillary Clinton, em seu discurso de vitória, como a “senhora secretária”, após tê-la apelidado de “crooked [vigarista] Hillary” durante a campanha.
O Público, outro jornal português, afirma que, em uma competição acirrada até o fim,
“Donald Trump resistiu às polêmicas e cumpriu o seu imprevisível caminho até a Casa Branca”.
O jornal deu destaque ainda ao fato de Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, e Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, terem enviado um convite para que Trump participe de cúpula entre a União Europeia e os EUA o quanto antes.
“A luta contra o Estado Islâmico, o conflito na Ucrânia, as alterações climáticas, as migrações e o tratado de livre comércio são os temas na agenda”,
diz o Público.
França
O periódico francês Le Figaro informa que o presidente François Hollande falará sobre os resultados da eleição presidencial norte-americana hoje, após reunião do Conselho de Ministros. O jornal destaca que a vitória de Donald Trump trouxe aos britânicos lembranças da manhã de 24 de junho, quando acordaram com a notícia da saída de seu país da União Europeia (UE).
Na imprensa francesa, o Le Monde traz a seguinte pergunta: "que consequências [a eleição de Trump trará] para o resto do mundo"? “Se o voto para o Brexit [a saída do Reino Unido da UE] em 23 de junho foi um terremoto para a União Europeia, a eleição de Donald Trump como chefe dos Estados Unidos, primeira potência militar, é um terremoto para o mundo.”
Jean-Marie Le Pen, político francês de extrema direita, publicou em seu perfil no Twitter:
“Os americanos querem @realDonaldTrump o 'presidente do povo'. Hoje, os EUA. Amanhã, a França. Bravo!”. Le Pen classificou ainda o resultado eleitoral de "um pontapé tremendo na bunda dos sistemas políticos e da mídia francesa e do mundo!”.
Em 2017, a França passará por eleições presidenciais e, segundo sondagens, a disputa ficará entre direita e extrema direita. Marine Le Pen, filha de Jean-Marie, é candidata.
Espanha
Na Espanha, o periódico El País afirma que o republicano surpreendeu o mundo inteiro ao derrotar a democrata Hillary Clinton.
“Trump, um populista com um discurso xenófobo e antissistema, quebra os prognósticos das sondagens e conquista uma vitória que leva seu país rumo ao desconhecido”.
O jornal afirma ainda que os mercados mundiais e as bolsas de valores foram tomados pelo medo e começaram o dia em queda.
O espanhol El Mundo ressaltou o fato de, ao contrário do que se previa, Hillary não ter conseguido mobilizar a maioria dos votos entre os imigrantes latinos e as mulheres.
“A prova mais dilacerante aconteceu na Flórida, o estado que agrupa a maior porcentagem de hispânicos dos EUA. Acredita-se que os porto-riquenhos, que agora são a comunidade hispânica mais importante da Flórida, à frente dos cubanos (tradicionalmente republicanos), iam dar a vitória à candidata democrata. Mas nada disso aconteceu.”
Inglaterra
A inglesa BBC deu destaque à vitória surpreendente de Trump em estados em que os votos oscilam entre republicanos e democratas.
“A vitória do candidato republicano chegou a um punhado de Estados oscilantes, apesar de meses de votação que favoreciam Hillary Clinton. Os campos de batalha da Flórida, de Ohio e da Carolina do Norte abriram caminho para sua virada ao estilo 'Brexit'”.
Além disso, a BBC ressaltou a queda dos mercados globais do dólar e a subida nos preços do ouro.